sexta-feira, 28 de novembro de 2014

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Parque Municipal Vale do Itaim




O presente trabalho de graduação na área de arquitetura e urbanismo tem como proposta, a criação de projeto para o Parque Municipal Vale do Itaim, na cidade de Taubaté,  considerando que o mesmo já existe, porém  em razão  da falta de projeto e visão arquitetônica e urbanística,  não oferece recursos mínimos necessários a um parque, e aos seus usuários, estando, por tempo em desacordo com suas  funções primordiais. Taubaté, situada no cone leste paulista, com cerca de 280.000 mil habitantes, caracteriza-se pelo seu folclore, cultura e história.  Ao analisar urbanisticamente a evolução da cidade verifica-se que ela cresceu de forma desordenada e não utilizou  suas áreas verdes com devidos propósitos, tendo uma deficiência de infra estrutura para os parques existentes. Este trabalho tem como objetivo propor um projeto para o Parque Municipal Vale do Itaim, tornando-o acessível principalmente para a população do seu entorno, oferecendo-lhe infra estrutura básica para sua ocupação e utilização de seus recursos, além de áreas de preservação da fauna e flora.  A proposta esta embasada no entretenimento, lazer, cultura e conhecimento objetivando a qualidade de vida da população mais próxima  e demais áreas adjacentes, bem como  na preservação da área que hoje se encontra degradada e sem a utilização devida.

O Parque Municipal Vale do Itaim

O Parque Municipal Vale do Itaim em Taubaté, São Paulo, localizado na Avenida  São Pedro  nº: 2000, correspondente a uma área de 1.706.665,58 milhão de metros quadrados. A proposta inicial do parque contava com: “Espaço de Educação Ambiental da Mata do Itaim”, mirante, Casa de Lobato (Réplica do Sítio do Pica-pau Amarelo), brinquedoteca, teatro para 144 pessoas, Casa do Jeca Tatu e Fazenda do Tropeiro, uma estrada férrea, ginásio de esportes radicais e oficina de plantio de mudas nativas.

Histórico do Parque

O Parque inicialmente era uma fazenda que pertencia à família Cembranelli. Historicamente esta área passou por varias transformações, decorrente do cultivo do café, da formação de pastagens para o gado e recentemente, da expansão urbana, com obras de terraplanagem e de ruas para um loteamento aberto de forma clandestina.  O Loteamento foi embargado e após houve a transformação  em parque municipal, decisão esta, decorrente de acordo entre prefeitura municipal de Taubaté e a Promotoria Publica Estadual para efeito de compensação  ambiental  de obras públicas; porém a degradação herdada e as novas intervenções promovidas pela prefeitura sem o devido planejamento, também comprometeram  a qualidade ambiental da área,  resultando  em cenário bastante degradado, onde predominam encostas e morros desmatados  e cobertos por pastagens,  estradas abertas e morros cortados, com presença de processos erosivos, assoreamento dos córregos, aterramento em áreas de várzea e remanescentes vegetais importantes, queimados  em incêndios criminosos. O Parque teve como objetivo a função de preservação, lazer, recreação, onde as estruturas foram feitas para reproduzir o Sítio do Pica – Pau Amarelo, tendo também função educativa.

O local, em termos de relevo é uma colina em forma de tabuleiro, estando em um local de encontro da colina com a várzea e em termos de vegetação é de Floresta Estacional Semi Decidual.


Escolha do local e motivo da proposta

Criado oficialmente em 2006 o Parque Municipal Vale do Itaim, na cidade de Taubaté – SP, encontra-se em diferentes níveis de degradação decorrentes do uso histórico e pelas transformações promovidas com a criação do parque sem os cuidados necessários com sua conservação e preservação, focando apenas os aspectos culturais. Adicionalmente parte do parque esta cercado por áreas urbanizadas como Jardim Sonia Maria, Jardim América, Chácara Silvestre e pelo CAVEX - Comando de Aviação do Exercito.
A Proximidade com alguns bairros tem gerado conflitos entre as atividades urbanas como invasões, incêndios criminosos e problemas relacionados a falta de segurança aos usuários.
Assim é urgente e necessário o estudo e o planejamento do parque visando à ordenação de suas atividades, a recuperação ambiental das áreas degradadas e a preservação dos seus importantes remanescentes de Mata Atlântica e Cerrado.
Hoje, todas as ações de planejamento, recuperação ambiental e infraestrutura dependem de recursos financeiros municipais. Uma das possibilidades que podem resultar em menor oneração ao município é a obtenção de recursos externos, mas a atual identidade jurídica do parque  dificulta o recebimento das principais fontes existentes. Como o parque não esta classificado como UC (unidade de conservação), conforme regras estabelecidas pelo Sistema Nacional de Unidade de Conservação, SNUC, conforme a Lei nº 9985 de 18 de junho de 2000, não pode receber recursos advindos de compensação ambiental e multas por infrações ambientais. Dessa forma, não tem prioridade no recebimento de fundos ambientais (FNMA,PDA/MA etc).
Frente a essa situação, evidencia-se a importância da inserção do parque municipal Vale do Itaim como UC (unidade de conservação), como uma das formas de possibilitar sua recuperação ambiental, garantir sua sustentabilidade econômica  visando acima de tudo que o parque ofereça uma área bem equipada e  segura,  que venha de fato  servir à população.

 Levantamento do Parque

O Parque Municipal Vale do Itaim é atualmente uma grande área verde do município de Taubaté, que pressupõe funções recreativas, educativas e de lazer. Foram avaliados o funcionamento, estrutura, preservação, solo  e vegetação local.

Este foii idealizado para representar o Sitio do pica-pau amarelo, legado do escritor Monteiro Lobato e apresenta atrativos voltados principalmente para essa finalidade; Conta com o “Espaço de Educação Ambiental da Mata do Itaim”, mirante, Casa de Lobato (Réplica do Sítio do Pica-pau Amarelo), brinquedoteca, teatro para 144 pessoas, Casa do Jeca Tatu e Fazenda do Tropeiro. Além disso, o parque possui uma estrada férrea, ginásio de esportes radicais e oficina de plantio de mudas nativas. A maior parte dos atrativos estão desativados ou fechados por falta de manutenção, vandalismo ou incêndios criminosos.
A vegetação atual do parque, que ainda permanece viva são: Ipês-amarelos, vermelhão, tamanqueira do cerrado, comunidade de espécies do cerrado, aceiro e pomares. Ainda existe dentro do parque uma área de vegetação nativa onde foram constatados que existem pelo menos 64 espécies de aves. Atualmente o parque passa por  levantamento feito por  grupo de ornitólogos que trabalham em  programa desenvolvido conjuntamente com a Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Taubaté.
Entre as espécies de aves que habitam o local estão andorinha-pequena-de-casa, anu-branco, anu-preto, bico-de-lacre, canário do campo, coleirinho, coruja buraqueira, garça azul, gavião caboclo, pica-pau de cabeça amarela, saíra amarela, tiê sangue, tuim e urubu de cabeça vermelha.

A situação atual é de falta de conhecimento e uso do mesmo, principalmente em função da inexistência de atrativos, divulgação, dificuldades internas  de acesso, da falta de segurança, da falta de manutenção, organização e qualidade daquilo que é oferecido,  entre outros.

 O Projeto

O objetivo desse trabalho é a criação de projeto para o Parque Municipal Vale do Itaim com o intuito de estabelecer infraestrutura adequada, propiciando seu melhor uso pela população do entorno e demais,  possibilitando lazer, entretenimento,  cultura e a preservação. O projeto atinge todas as faixas etárias e classes da população; prioriza a proteção da mata atlântica existente e recuperação daquilo que já foi degradado, bem como a proteção da fauna natural.
Em relação aos equipamentos do parque, o projeto se sustenta na  análise das necessidades da população focando o lazer e a cultura, obedecendo a parâmetros como a disponibilidade de espaço físico e as características do local como: porte, declividade, presença de recursos naturais, entre outros.
A partir de análise prévia, procurou-se elaborar  proposta de uso coletivo conduzindo para a organização dos espaços e um plano de massas setorizando o uso de cada área, respeitando as características do terreno e o programa estabelecido, nomeando os pontos de maior referência para objetivos pretendidos. A área foi setorizada em: Zona A – Lazer e contemplação; Zona B – Cultural e eventos; Zona C – Esportiva; Zona D – Preservação e Zona E – Playground. Todos com acessos independentes, tendo cada zona sua  portaria exclusiva, sendo o parque todo interligado por uma linha férrea, com o trem Maria fumaça, com uma estação em cada zona excetuando-se a Zona E.
Todos as zonas contaram com sanitário masculino, feminino e sanitário para portadores de necessidades especiais, bem como, deposito de material de limpeza (DML), administração geral com almoxarifado, lanchonete, bebedouros, setor de manutenção, coleta seletiva de resíduos, iluminação solar e elétrica onde cabível, fornecimento de água da rede pública e captação de esgoto. Os setores administrativos terão a comunicação interna através de sistema wi fi que também estará disponível aos usuários e serviço de segurança 24 horas. Cada zona também terá espaço para estacionamento e bicicletário.

Zona A – Lazer e Contemplação
A Zona de Lazer e contemplação, localizada na parte inferior do Parque, próximo ao Comando da  Avião - CAVEX, possuirá seu portal de entrada e  estacionamento para veículos, motocicletas e bicicletas, dotados de segurança 24 h. No local, propõe-se um grande playground para a recreação infantil, com brinquedos de polietileno, sobre  piso de borracha, algumas ilhas de grama, árvores e bancos. Nessa Zona também encontra-se espaço de contemplação para descanso e reunião da família;   Sobre o lago está proposto a implantação de deck  e também quiosques.  No mesmo espaço estão implantados os bancos, a lanchonete, a área de apoio administrativo geral com disponibilização de bicicletas para locomoção e laser dos usuários, brinquedos infantis, viveiro de mudas, jardins temáticos e sanitários\vestiários com fraldários. Contará também com  estação ferroviária que será responsável pelo transporte da população de uma zona á outra do parque, com exceção da zona E,  que impossibilita a chegada do trenzinho em função de declividade.
Também propõe-se a implantação de pista de caminhada e ciclovia que percorrerá toda a extensão do parque com devido arruamento.

Zona B – Cultural e Eventos
Neste local estão concentradas as atividades culturais e os espaços para eventos. Localizada na parte superior do parque, sendo seu portal de entrada já existente.  De acordo com a topografia que o local oferece, foi edificado, estrategicamente, um anfiteatro e uma marquise de exposições, que servirá para abrigar exposições culturais, feiras, festivais, workshops, entre outros Contará com um playground, sanitários, área de apoio, lago, belvedere e quiosques e  passarela. Essa passarela servirá para o acesso dos usuários à área cultural. Contará também com sua estação ferroviária.

Zona C - Área Esportiva
A Zona C encontra-se ao lado direito do parque, próximo á sede da Agronomia da Unitau; foi estruturada para os equipamentos esportivos. O local conta com três quadras de tênis, duas quadras de basquete, uma quadra poliesportiva, um campo de futebol com pista de corrida e duas pistas de skate abertas. Conta com sanitários\vestiários, área de apoio com fornecimento de material aos esportistas e usuários; conta com lanchonete, área de manutenção e limpeza. Os equipamentos foram implantados de modo a facilitar o  acesso aos usuários sem interferir nas outras áreas, pensando na acessibilidade e estudo de iluminação. Possuirá sua portaria e estacionamento  com segurança 24h  e estação ferroviária.

Zona D – Preservação
A Zona D esta distribuída em 4 setores do parque, buscando a preservação da vegetação local, dos remanescentes de mata atlântica e cerrado e propondo nova vegetação, além de ser habitat natural dos animais que residem no parque. Com isso, a proposta foi implantar árvores frutíferas para enriquecimento, servindo de alimentação para os animais;  vegetação de mata atlântica, com gramado,  forrações e arvores.
Todo o perímetro do parque está cercado por alambrados delimitando-o e com isso aumentando a segurança da área, como também ajudando na preservação e manutenção. Os estacionamentos, cada um em sua zona, contara com entrada e saída de veículos independentes e  controlados por guaritas.
Para o acesso de uma zona á outra, optou-se pela  implantação da linha férrea com trenzinho maria-fumaça que interligará toda a extensão do parque e servindo de meio de locomoção para a população\usuários e visitantes e ainda servindo de passeio pelo parque.
No circuito principal, que conta com o arruamento, ciclovia,  pista de caminhada,  propõe-se uso de bloco de concreto Intertravado para não impermeabilizar totalmente o solo ajudando assim  no escoamento e absorção das águas pluviais. No entanto, ao lado haverá uma faixa de um metro de largura em concreto liso visando facilitar o deslocamento de cadeirantes e carrinhos de bebê.
No paisagismo propõe-se árvores de médio porte, arbustos e vegetação rasteira para preservar as características do local e manter a natureza existente intacta. 

Zona E – Playground
A Zona E, é a área destinada principalmente aos moradores dos bairros próximos, por estar localizada próxima às creches e escolas do Bairro Jardim Sônia Maria; foi criada de forma a atender as necessidades de crianças e proporcionar entretenimento a população sem a necessidade de se percorrer todo o parque. Nesta zona estão o playground, sanitários, mini quadra de esportes e uma área com quiosques, para descanso e lazer. Além de mesas para jogos, bancos, lixeiras de coleta seletivas, postes de iluminação solar, ilhas de grama e vegetação, arvores e  portaria exclusiva a esta zona.

Linha Férrea
Hoje já existente no parque um circuito ferroviário  que se encontra  desativado por falta de manutenção . A proposta então seria a integração da linha férrea como forma de locomoção dentro do parque integrando as áreas setorizadas, exceto a zona E pela dificuldade de acesso.

Ciclovias

Deverá margear  a linha férrea, porém separada  fisicamente desta, tendo cerca viva   limitando-a.  Propiciará  passeios de crianças e adultos.
Deve possuir  delimitação  e  sinalização especifica.
  

CONSIDERAÇÕES FINAIS


A proposta para o Parque Municipal Vale do Itaim na  cidade de Taubaté objetiva trazer para os munícipes  a disponibilidade de usufruir com segurança e infraestrutura adequada de um espaço já existente e em desuso, em razão da falta de manutenção, segurança, atrativos, das dificuldades de locomoção interna, da degradação ambiental, entre diversos outros motivos.
Após estudos, constatou-se a carência de  espaço para entretenimento e a importância dos mesmos para a população.  As pesquisas e diagnósticos que embasaram essa proposta apontaram para a necessidade de técnicas de melhor planejamento e aproveitamento equilibrado dos recursos naturais existentes.
Ao longo do trabalho, foi necessário conhecimento básico de normas legais vigentes, avaliação das necessidades urbanas, do meio ambiente, do entretenimento e laser da população, entre outros.
A importância do arquiteto e do planejador urbano se fez presente em função de sua ampla visão e capacidade de ordenação dos espaços de forma harmoniosa e funcional, auxiliando na interpretação dos anseios da sociedade.
A contribuição à formação profissional foi relevante à medida que se fez necessário à pesquisa, o estudo e finalmente a decisão quanto ao que seria mais proveitoso, sensato e eficaz dentro da proposição de um parque a seus usuários.
Ficou evidenciado a importância de se incentivar a recuperação de obras e espaços públicos que ressaltassem e valorizem as cidade, acolhendo seus munícipes.
A idealização do projeto mostrou-se viável a partir das análises sobre a situação atual do local, valendo-se de amplo trabalho de recuperação ambiental e  setorização de espaços voltadas ao interesse público.